Demolindo os Mitos da Indústria

MEDICAMENTOS MORTAIS E CRIME ORGANIZADO

Contexto Geral

O capítulo trata sobre um tipo de abordagem do autor do livro (renomado médico e pesquisador dinamarquês que também é conhecido por suas críticas contundentes à indústria farmacêutica).

No capítulo “Demolindo os Mitos da Indústria”, é elaborado uma crítia sobre supostas falácias disseminadas pela indústria farmacêutica que, por sua vez, revelam como essas empresas operam de forma a tentar sempre maximizar seus lucros ainda que, muitas vezes, em detrimento da saúde pública.

O autor Gøtzsche argumenta que a indústria farmacêutica é responsável por práticas que ele compara a atividades criminosas sobretudo pela maneira como conseguem manipular a ciência, enganando médicos e pacientes de modo a comprometerem a assistência médica global.

https://youtu.be/7qChyT2_4nY

  1. Manipulação dos Ensaios Clínicos

Um dos principais mitos que Gøtzsche busca desmascarar é a crença de que os medicamentos passam por testes rigorosos e imparciais antes de serem lançados no mercado.

Ele expõe como a indústria farmacêutica manipula ensaios clínicos para obter resultados favoráveis.

Isso é feito de diversas formas, incluindo a seleção de grupos de pacientes que são mais propensos a responder positivamente ao tratamento e a omissão de resultados negativos.

Gøtzsche mostra que muitas vezes os ensaios clínicos são desenhados não para descobrir a verdade sobre um medicamento, mas para assegurar a sua aprovação e comercialização.

 

  1. O Exagero da Eficácia dos Medicamentos

Neste trecho, o autor critica o mito de que os novos medicamentos são sempre mais eficazes do que os antigos.

Ele argumenta, nesse sentido, que a indústria farmacêutica frequentemente promove novos medicamentos como avanços revolucionários, mesmo quando as evidências científicas mostram que os benefícios são mínimos ou até mesmo inexistentes se comparados com os antigos medicamentos.

Esse marketing agressivo pode levar à prescrição excessiva de alguns medicamentos que nem sempre seriam necessários ou, até mesmo, que ofereceriam pouca melhoria em relação aos tratamentos existentes previamente.

 

  1. Subestimação dos Riscos e Efeitos Colaterais

Outro mito que é abordado pelo autor é a noção de que os medicamentos modernos são seguros. Ele revela como os efeitos colaterais graves são muitas vezes minimizados ou ocultados pelas empresas farmacêuticas.

Assim, são citados alguns exemplos de medicamentos que, apesar de causarem danos significativos, continuam sendo amplamente prescritos devido à pressão das indústrias farmacêuticas e junto da complacência das agências reguladoras como por exemplo a FDA.

  1. Influência sobre as Agências Reguladoras

Nestre trecho, o autor questiona a integridade das agências reguladoras, como a FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos e a EMA (European Medicines Agency) na Europa.

Sugere-se que essas agências que, supostamente deveriam proteger os consumidores, são na verdade, frequentemente cooptadas pela indústria farmacêutica.

Com isso, as empresas farmacêuticas financiam grande parte dos custos dos processos de aprovação de medicamentos e, por conseguinte, criam um conflito de interesses que pode comprometer a segurança dos pacientes em detrimento dos lucros de grandes empresas.

 

  1. Marketing e Promoção Agressiva

Um dos temas centrais do capítulo é a crítica ao marketing agressivo praticado pela indústria farmacêutica.

O autor descreve de modo detalhado como as empresas farmacêuticas utilizam estratégias sofisticadas que influenciam médicos e profissionais da saúde, oferecendo incentivos financeiros e outros benefícios para promoverem seus produtos.

Logo, essa prática, segundo ele, corrompe a ética médica e resulta em prescrições inadequadas, aumentando o risco para os pacientes.

 

  1. A Falácia da Inovação

O médico-autor também desafia a ideia de que a indústria farmacêutica é um motor de inovação, ou seja, argumenta-se que a maior parte das novas drogas no mercado não são, de fato, inovações, mas sim variações de medicamentos existentes.

Desse modo, tais drogas seriam projetadas com o intuito de prolongar patentes e maximizar lucros.

Assim, contribui-se para um ciclo de dependência em que os medicamentos mais caros são promovidos, enquanto alternativas mais baratas e igualmente eficazes são negligenciadas.

 

  1. Comparação com o Crime Organizado

Ao longo do capítulo, o médico não hesita em comparar as práticas da indústria farmacêutica com o crime organizado, não apenas de modo metafórico, mas literal.

Ele sustenta que, assim como as organizações criminosas, as empresas farmacêuticas adotam práticas antiéticas e ilegais que visam a alcançar seus objetivos lucrativos, incluindo fraude, suborno e manipulação de dados científicos.

Além disso, é enfatizado que essas práticas têm consequências devastadoras, incluindo a morte de pacientes devido a medicamentos muitas vezes inseguros e ineficazes do ponto de vista científico e médico.

 

Conclusão

Em “Demolindo os Mitos da Indústria”, Peter Gøtzsche faz uma crítica incisiva à indústria farmacêutica, sempre argumentando em favor de que ela está fundamentalmente corrompida e que seu principal objetivo é o lucro, e não a saúde pública ou a maximização da ciência por exemplo.

É notório que se reivindica uma maior transparência, regulação rigorosa e um retorno à ética na prática médica e na pesquisa científica que, segundo o mesmo, tem sido deixado de lado em prol dos maiores lucros e benefícios ditos como criminosos.

O autor, ainda, conclui que a confiança cega na indústria farmacêutica é perigosa e que se faz necessário um certo tipo de fiscalizações e cobranças que sejam públicas e mais rigorosas para proteger os não apenas interesses dos pacientes, mas também a saúde global em detrimento dos lucros criminosos das empresas farmacêuticas.