Autismo Pode Causar Dificuldades para Criança

Dificuldade de contato interpessoal no autismo

Autismo

Dificuldades da criança pode NÃO ser Autismo.

Veja porque o diagnóstico de autismo é apontado em 1 em cada 68 crianças nos EUA, enquanto que antes do DSM-V (Classificação Diagnóstica e Estatística da Associação Norte Americana de Psiquiatria da 5ª edição de 2015), enquanto que, antes quase não se fazia este diagnóstico.

Critérios Diagnósticos

A criança com Autismo se caracteriza por apresentar prejuízos qualitativos SEMPRE nestas 3 áreas (social, comunicação e comportamental):

1 – na interação social;

2 – na comunicação e

3 – nos comportamentos, podendo ser repetitivos e interesses muito restritos.

Realidade Clínica no Brasil

Contudo tenho observado que a maioria das crianças que atendo no consultório, encaminhadas com a hipótese ou até diagnóstico “fechado” de Autismo, não se enquadra nos critérios diagnósticos ou tem sinais que excluem a doença, como aquisição de habilidades sociais, uso correto de objetos e brinquedos, contato visual duradouro e até cobrar pela atenção dos adultos (“mãe olha pra mim”).

O Diagnóstico é por Exames Complementares ou é Clínico?

O diagnóstico do autismo é clínico, feito através de observação direta do comportamento e da entrevista com os responsáveis e os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade, podendo ter uma fase de desenvolvimento normal (ou não percebida pelos pais e profissionais) antes da instalação.

Quando exames complementares são solicitados é para descartar outras doenças quando existe esta suspeita ou tão somente para satisfazer o melhor faturamento de maus profissionais que tem participação financeira nas Clínicas de Exames.

Por isso sempre pergunte o porque do exame e o que seus resultados influenciarão no tratamento. Se o profissional não ter uma explicação plausível, considere não ter esta despesa e conversar com seu médico assistente (de sua confiança).

Quem faz o Diagnóstico?

O autismo está catalogado na CID (Classificação Internacional de Doenças) no Capítulo 5 (F90), portanto o Psiquiatra é a especialidade médica mais indicada, contudo, como nós seres humanos parece que temos um preconceito nato com a psiquiatria, a maioria das pessoas prefere encaminhar ao Neurologista.

Quando vivemos em Grandes Centros Urbanos temos inclusive o Psiquiatra da Infância e o Neuropediatra, mas na prática todos os médicos, mesmo não psiquiatras ou neurologistas, sentindo-se capacitados, podem diagnosticar e manejar o Autismo.

Lembrar que ao médico é permitido ele atuar em todas as áreas da medicina, o que é vedado, é anunciar especialidade não registrada no CRM ou mais que duas.

A Equipe Multidisciplinar

Além do médico, o diagnóstico multidisciplinar incluindo psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, pode ser mais demorado, porém mais acertado e possibilitará que as crianças que realmente têm autismo recebam um atendimento mais especializado.

Com o diagnóstico correto as necessidades serão revistas e as expectativas mais realistas, enquanto que, as crianças que apenas parecem ter autismo, terão a chance de serem diagnosticadas corretamente e adequadamente tratadas.

Autismo tem Cura?

Infelizmente a resposta é NÃO. Histórias de crianças “superadoras” do autismo podem tratar-se de casos de diagnóstico equivocado.

Contudo o fato de não ter cura, não quer dizer que não devemos tratar. O tratamento com estimulação e tratamento dos sintomas alvo, em regra, colocam o portador com maiores capacidades quando adulto comparado aos casos não tratados.

A Revisão Diagnóstica ou Exclusão da Hipótese Diagnóstica

Quando logo após o diagnóstico surgem características que excluem o autismo, tais como bom contato visual, capacidade de buscar e dar afeto e aumento da competência social e de comunicação, devemos ficar felizes e revisar o diagnóstico, quer dizer, excluir esta hipótese.

Nestes casos provavelmente o Autismo não estava presente e existiam outros problemas, como hiperatividade, deficiência auditiva, Deficiência Intelectual (antes chamado de Retardo Mental), etc. e o acompanhamento multidisciplinar foi corrigindo (tratando).

E o porque do Aumento dos Diagnósticos de Autismo?

1 – A definição do diagnóstico feita em 1943 era bastante restritiva, mas atualmente tornou-se mais abrangente e com isso os profissionais acabam enquadrando crianças que tem alguns sintomas (tem traços), mas não tem os marcados prejuízos nas 3 áreas obrigatórias (comunicação, social e comportamento), então temos muitas criança com diagnóstico falso-positivo.

Minha observação clínica se coaduna com o autor Allen Frances que escreveu o livro DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO RESPONDENDO ÀS MUDANÇAS DO DSM-5″, onde ele aponta que a utilização “frouxa” do DSM explica, em parte, o recente aumento em 20 vezes da incidência do Autismo.

2 – O maior treinamento dos profissionais para o diagnóstico e divulgação para o público em geral através da internet e mídia em geral que tem explorado o assunto, faz mais os profissionais diagnosticar, pois o médico diagnostica somente as doenças que conhece.

3 – Além da conclusão do autor, eu suspeito que, maus profissionais preferem diagnosticar falsamente o Autismo, por ter um menor estigma, quando comparado aos reais e mais frequentes diagnósticos, como Retardo Mental, Transtorno de Déficit de Atenção, Transtorno Desafiador Opositor e Transtorno de Conduta.

Proteger ou Promover Gastos em Saúde?

Para justificar suas condutas de super diagnosticar, já encontrei profissionais que verbalizaram:

“- Fazer tratamento com Estimulação, através de fonoterapia, psicoterapia, terapia ocupacional, etc. para criança que não precisa, não prejudica, então melhor diagnosticar e proteger as crianças contra um possível diagnóstico tardio.”

Ou seria fazer as pessoas ter estas despesas e a clínica melhorar a clientela e faturamento? Desconfie quando sua criança tem boa comunicação, emoções e adquire capacidades comportamentais, contudo continuam lhe encaminhando para mais exames, avaliações e terapias. Tem coisas que é a educação familiar que acerta a criança e não “tratamentos”.

Para evitar dissabores, veja que falei que apenas SUSPEITO que MAUS profissionais, não estou afirmando (precisaria fazer uma pesquisa científica para afirmar) e também não estou falando dos profissionais BONS e competentes que você escolheu ou que por ventura venham ler esta matéria.

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Dr. Toledo – Psiquiatra