Depressão ou Somatização

Depressão ou Somatização:

Doenças de cunho emotivo que se relacionam.

Sintomas e Dores não explicáveis com os achados Médicos

Senhorita “G”, 29 anos…

Estou por meses indo ao Pronto Socorro e fazendo exames com vários médicos e não sei o que tenho, não sabem o meu diagnóstico. Sinto falta de ar, dor no peito, dores de cabeça, gastrite, fraqueza e formigamentos.  Não sei mais o que faço.

As Queixas e Sintomas Motivam a Busca por Consultas e Exames

Esta pessoa pode ser portadora de uma doença psíquica onde ocorre uma transferência para o corpo de um sofrimento que deveria ser vivido e suportado apenas na mente.

Tal situação ao contrário de rara, é frequente, senão a regra dos atendimentos médicos, chega a ser a motivação da metade das consultas médicas. 

Psicopatologia

É possível controlar e até mesmo evitar que isso aconteça. Mas a receita não é fácil e muito menos rápida, inclui o autoconhecimento, a descoberta de válvulas de escape e uma mudança na maneira de encarar os problemas e reagir a eles, de preferência incluindo psicoterapia.

Geralmente são pessoas extremamente ligadas ao mundo real, que dão pouco espaço para elaborações psíquicas e em cuja vida não há muito espaço para fantasias e imaginação, assim não conseguem eliminar as tensões de uma forma natural e aparecem essas válvulas artificiais (patológicas) e as pessoas desenvolvem sintomas físicos de origem emocional, mas sem sua percepção.

Diagnóstico

Em regra, a pessoa sente vários sintomas de doenças diferentes, é examinada por vários médicos, faz exames complementares, mas não encontra nada que explique o que sente. Nesse caso, não há doença física, mas psíquica. Pode ser o caso de Depressão ou Somatização, esta última, mais frequente e duradoura.

O paciente sente sintomas no corpo sem que haja uma causa física que explique aquilo, então sofre porque não encontra uma causa, mas em regra, as pessoas recusam aceitar que os sintomas tenham origem psíquica (emotiva).

Como são pessoas com sofrimento físico inexplicável e que recusam o diagnóstico psiquiátrico, vão precisar que os médicos especialistas em áreas somáticas (cardiologistas, gastroenterologistas e neurologistas), ajudem estes pacientes, abordando o tratamento mesmo antes de encaminhar ao psiquiatra.

A Não Aceitação da Condição Psíquica

Estes pacientes, por estarem “cegos” para a realidade, precisarão da ajuda de um familiar para conduzi-lo ao tratamento adequado. Se você está passando por vários especialistas, faz exames e não é encontrado um diagnóstico ou tem um familiar nessa situação, pense em conversar sobre a Somatização com seu médico.

É importante lembrar que os médicos evitarão falar sobre isso, enquanto os clientes não demonstrarem que aceitariam tal diagnóstico, pelos seguintes motivos:

1º – a prática da “medicina defensiva”, pois existe o risco do paciente futuramente vir apresentar uma doença corporal, e se o médico tiver falado ao paciente que seu sofrimento era psíquico, sem que o cliente aceitasse, poderá ser acusado de erro médico.

2º – a necessidade de “faturamento”, se logo elucidar ao paciente, além do risco de perder o cliente, pois em regra o paciente não aceita o diagnóstico precocemente, também não irá realizar os procedimentos diagnósticos para exclusão de doenças físicas (mesmo as improváveis) que em geral geram maior lucratividade do que as consultas. 

Tratamento

O tratamento passa pela aceitação de que os sintomas não correspondem aos achados médicos (físicos), uso de psicofármacos controlados (antidepressivos e ansiolíticos), psicoterapia e acompanhamento médico minimamente invasivo, evitando exames tecnicamente infundados, sobretudo os caros e com riscos colaterais, p. ex. fazer um exame de imagem cerebral com contraste (ressonância ou tomografia).

Contudo ainda falta muita conscientização e esclarecimento, pois por hora, a Indústria dos Exames tem ganhado de goleada este jogo.