Capítulo 09 do livro Medicamentos Mortais e Crimes Organizado

MEDICAMENTOS MORTAIS E CRIME ORGANIZADO

“Venda Agressiva”

O autor traz pontos interessantes sobre como a indústria farmacêutica altera de forma sutil resultados e estudos para garantir seu ganho com novos medicamentos que, não necessariamente, tem realmente um benefício notoriamente superior ao placebo ou formulação mais antiga.

“Rotular a seco” é a expressão utilizada pelo autor e significa determinar o valor de algo sem antes experimentar, diante desta premissa, ele informa durante o capítulo que a indústria farmacêutica faz, antes de lançar a medicação, múltiplos ensaios-clínico com intuito de aumentar o número de trabalhos sobre a droga em questão e gerar um volume, contudo, estes trabalhos não tem uma base de dados confiáveis, sendo muitos antiéticos ao desconsiderar os valores dos resultados na conclusão com discursos que “existiam muitas variáveis durante a pesquisa” e afirmarem, sem comprovação, a droga como melhor que placebo.

Além disso, no decorrer do texto, o autor traz outra problemática que chama de “redação-fantasma”, que são artigos escritos de forma enganosa por autores que nem chegaram a fazer parte do trabalho da pesquisa.

Ele informa que o Lancet, jornal de medicina, foi o primeiro periódico a introduzir um modelo para tentar reduzir as redações-fantasmas, obrigando os autores a colocarem como participaram da pesquisa, no entanto, ainda é uma árdua tarefa minimizar de fato a prevalência dentro da comunidade científica, visto que o valor atribuído aos autores-fantasma pela indústria para que a medicação passe a ser “válida” é alto.

Atribui-se essa “contribuição” aos autores-fantasmas ao marketing das indústrias. O autor refere que este é tão agressivo ao ponto que a população e, principalmente, os próprios profissionais da saúde são enganados e estes deixam de ter criticidade na hora de prescrever.

Muitos profissionais nos EUA utilizam dos dados que os vendedores levam durante as visitas, para demonstrar novas medicações, como única fonte de estudo e atualização sobre os tratamentos.

Este ato revela que o marketing tem a vantagem sobre a área da saúde, ao conseguir determinar qual a medicação da “moda”, independentemente do benefício à saúde, do custo e do paciente.

https://youtu.be/FGrsUAEDB44

Ademais, o autor ainda traz em seu texto as regalias ao médico que a princípio se presta a escutar o vendedor da empresa, como amostras grátis, porcentagem sobre vendas, jantares, resorts, todos pagos pela indústria farmacêutica.

Além do marketing extremamente funcionante, o valor sobre as medicações também são a forma de garantir o lucro da empresa. O autor traz o exemplo da ondansetrona, medicação antiemética, ele informa que enquanto a medicação tinha sua patente original era considerada a melhor da rede, sendo a mais eficaz, com menos efeitos colaterais, mas ao perder a mesma, sua qualidade deixou de existir.

Este é um dos exemplos, porém a maioria das medicações no mercado, por mais caras que sejam, não tem sua eficácia proporcional ao valor mercantil. E por mais que haja uma contraposição, o autor traz a denúncia sobre momentos em que a comunidade médica barra as medicações, porém é corrompida por doações das grandes indústrias.

O exemplo desta é com a droga doxazosina, demonstrada ser inferior aos medicamentos antigos, contudo a empresa de sua patente fez a generosa doação de meio milhão de dólares ao Colégio Americano de Cardiologia, deixando a droga recomendado à critério médico. Medidas assim são um risco para pacientes, pois está sendo utilizado drogas que não cumprem com o que é proposto.

Por fim, existem vários exemplos no decorrer do capítulo que demonstram as formas que a indústria permanece com seu ciclo de lucros sobre a área da saúde, não agindo de acordo com os valores da profissão e beneficiando seus colegas e o legado da empresa.