Vendaval Aumenta Risco para Leptospirose
A Leptospirose e as enchentes se associam, pois é transmitida principalmente por urina de rato que alberga a bactéria em seus rins, a elimina no ambiente e aumenta o risco de contrairmos a leptospirose nos alagamentos e enchentes.
A bactéria entra no nosso organismo através de nossas mucosas ou da pele, sendo facilitada por lesões ou quando úmida como nas enchentes e vendavais, como ocorridas em Joinville e Garuva onde a doença é endêmica.
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A leptospirose é uma doença endêmica e se torna epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional em locais com condições inadequadas de saneamento básico e à alta infestação de roedores.
Pode ser uma doença ocupacional, pois ocorre com maior frequência em trabalhadores de limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, pescadores, militares e bombeiros.
Sintomas
Cerca de uma ou duas semanas após contato com águas contaminadas, o quadro clínico é variado, podendo apresentar sintomas leves até muito graves e morte.
Inicialmente ocorre febre alta, dores nas pernas é marcante, dor de cabeça e mal-estar. Na fase inicial, o diagnóstico é difícil, pois pode ser parecido com outras doenças infecciosas agudas, como dengue, pneumonia, sepse, entre outras.
Poderá evoluir para a forma ictérica (com olhos amarelados), para a diminuição da volume de urina por lesão nos rins e comprometimento pulmonar com hemorragia, sendo a forma mais grave e geralmente letal.
Diagnóstico e tratamento
O tratamento deve ser rápido para evitar que o paciente evolua para a forma grave, a chamada de doença de Weil.
Pacientes suspeita clínica de leptospirose (paciente com febre e dor muscular com história de exposição ambiental), devem ser dirigidos a um Pronto Atendimento, para fazer minimante Hemograma, Raio X de tórax, Creatinina, Bilirrubinas, enzimas hepáticas imediatamente e eletrólitos.
De imediato se faz hidratação e uso de antibióticos. Nos casos leves, recomenda-se hidratação e retornos ao médico a cada um ou dois dias.
Nos casos mais greves, com a presença de qualquer das alterações abaixo, deverá ser internado o paciente de imediato, na presença de qualquer destes achados:
– Icterícia (olhos e pele amarela é sinal de lesão hepática);
– Insuficiência renal (baixo volume urinário e elevação de creatinina com potássio normal ou baixo);
– Plaquetas baixas (demonstram prenúncio da forma pulmonar hemorrágica);
– Infiltrado Pulmonar Difuso ao Raio X e
– Elevação de Enzimas Musculares (CPK) que demonstram lesão muscular
Os pacientes que fazem a forma pulmonar hemorrágica, em regra tem evolução dramática, enquanto que, aqueles com predomínio de insuficiência renal e hepática, embora graves, podem ter evolução mais favorável.
Prevenção
A principal medida de prevenção é evitar o contato com água ou lama que possam estar contaminadas pela urina de rato.
Trabalhadores expostos ao esgoto e limpeza de depósitos onde existem ratos devem suar luvas e botas de borracha.
Caso a pessoa entre em contato com águas potencialmente contaminadas, com nas enchentes e vendavais, estará indicada a quimioprofilaxia com antibiótico oral, receitada pelo médico, habitualmente a Doxiciclina ou alternativamente podem se usar as penicilinas.
Melhorias no saneamento e limpeza para controle de roedores nos aglomerados urbanos são fundamentais para a prevenção, pois não há vacina para humanos.
Veja NESTE LINK outra doença que pode ser desencadeada depois de exposições à águas poluídas.
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